Fizemos no sábado passado uma Sessão Livre de modelo vivo no atelier.

Eu quis fazer fora, com luz natural, o sol estava rachando!

Tinhamos sombras e luzes contrastantes e uma turma grande, mas foi divertido!

A nossa modelo, como sempre, altamente profissional, parecia que estava sob ar-condicionado..

Não havia proposta fixa, por isso o nome sessão livre, então os presentes desenharam com grafite, com sanguínea e lápis conté ou modelaram na argila.

Agradeço a toda a turma que esteve presente, achando tudo positivo. Beijussss.

Algum aluno deixou este registro na lousa…Acho que foi um desabafo ou um momento de libertação que foi sentido através do processo criativo.

Os professores Luciana Chagas, Ivana Soares Paim e Marcelo Soler visitaram a montagem dos trabalhos e aceitaram o convite de fazer uma breve consideração aos alunos. O resultado foi dinâmico, verdadeiro e valioso. Um fim de semestre emocionante e estimulante graças à participação de todos!

Priscila falou das memórias, dos registros afetivos e colocou em uma mala…a vida é passageira.

Rato (Rodolfo) é um grande modelador! Neste trabalho – bidimensional – lutou com a representação, a ruptura do suporte tradicional e a figuração. Toda luta criativa é enriquecedora.

Tatiana Santos fez uma caixa com memórias, o rádio, músicas, embalagens e as sensações e sentimentos envolvidos. Fez um trabalho introspectivo, reflexivo e inteligente, características de sua atuação como aluna e futura artista plástica.

Tatiana Libarino surpreendeu com um trabalho de execução mais complicada, que somava estímulos sonoros e visuais. Falava de excessos, barulhos e silêncio, decisões, rapidez e calma…Usou material efêmero, tinta fluorescente que só podíamos apreciar na escuridão recheada de ruídos.

Tchuca, fiel a suas raízes urbanas, realizou um grafite que trouxe documentado. Fez uma tradução de trecho do “Gênesis” bíblico para nossos dias, urbanos e perigosos. Muito bacana.

Thiago se jogou inteiro em seu projeto, apresentou maquetes de um trabalho que poderá vir a ser excelente. Fez registro fotográfico de sua nudez e frágil exposição em imagens que se completavam na solidão de vários cômodos de uma casa. O habitar, o pertencimento e a solidão foram tocados na poética deste trabalho.

Outro trabalho que Thiago apresentou. Auto-retrato bordado em grande escala, acompanhado de duas leituras de quadros, A orfã de Delacroix e o estudo de David para a Morte de Marat. Belo trabalho e a técnica utilizada muito oportuna pela força do simbolismo envolvido. Os fios vermelhos dilaceraram as imagens com uma agulha simbólica.

Vanusa Schenck, nossa teatral artista plástica, citou em seu auto-retrato um momento especial vinculado ao poema “Uma rosa é uma rosa é uma rosa” de Gertrude Stein. A execução desta pintura foi fruto de vários trabalhos, acompanhada de reflexões que mobilizaram a experiência de Vanusa como pintora, que já é dona de uma técnica depurada em muitos anos. Realizou um quadro capaz de evocar sensações e pensamentos além da imagem. Bonito.

Maria Fernanda, a Mafe, pintou este lindo auto-retrato em acrílica, citando uma musica de Osvaldo Montenegro que trabalha a oposição, a duplicidade, estar dividido e ser inteiro. Brincou com cores depois de vários estudos com papéis maiores do que ela!!!!! A participação da Mafe foi intensa, motivada e me deixou com a sensação de que sempre vale a pena.

Malko se auto-retratou pensando como ser inteiro, se há partes nele que se materializam na vida conjugal, outras com os familiares e na totalidade da religião. Representou isso em patamares de cores, até chegar ao dourado simbólico. Usou referências fotográficas pela proposta da linguagem mas poderia desenhar de observação pois é um excelente desenhista figurativo.

Marcos Marini, nosso fotógrafo, se representou preso numa TV, através de uma cuidadosa e detalhada montagem, que evidencia uma de suas tantas qualidades. Sempre participa com seriedade e objetividade, o que se traduz em coerência e limpeza visual em todos seus trabalhos.

Adoro passar esta proposta de trabalhos às turmas, sempre me surpreendo. A Michelle, moça tranquila, quase silenciosa, nos surpreendeu com este auto-retrato gótico …impactante.

Otilia trouxe um trabalho criativo por sua interatividade, fez delicadas letras com retalhos de tecido e as pessoas tinham que formar seus nomes. Trabalho bonito, delicado.

Patricia Bonavita brincou bastante com fotos suas de infância, colorizou, recortou, etc. O trabalho final transformou seu auto-retrato em um quebra-cabeça de caixinhas de madeira que incorporavam um vicio declarado dela: chocolate BIS !! Trabalho Pop, alegre, interessante e interativo.

Trabalho de Bruno Mesquita a partir do livro On the Road (Pé na estrada em português), considerado a obra prima de Jack Kerouac.

Camila traduziu em fotos a letra de uma música que fala que tudo está por um fio e a brevidade do tempo, o tempo..Dedicou-se seriamente ao projeto que envolveu etapas de produção na montagem de cenas e fotografia, recortes e posterior montagem. Resultou num trabalho preciso e coerente.

Carla fez esta belissima colagem de auto-retratos, ela apreciou as montagens de David Hockney.

Trabalho de Cathiele com muitos dourados.

Claudia trabalhou a partir de um poema de um heterônimo de Fernando Pessoa de 1923, Lisbon Revisited que afirma: …”Não: não quero nada.
Já disse que não quero nada…..Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho!…”

Claudia desenha muito bem e adora fazer seus desenhos com liberdade. Receia que propostas dirigidas aprisionem sua poética visual. Afortunadamente não foi o que aconteceu, o trabalho aconteceu acompanhado de sutis descobertas.

Elisa O.R.Bento fez este gracioso trabalho pensando em sonhos de um futuro tranquilo e músicas sertanejas.

Helena se representou como a mãe/avo que quer cuidar e abraçar todos, mas admite não poder ser onipresente.

Huang fez seu auto-retrato com colagem de fotocópias recortadas de suas próprias e excelentes pinturas a óleo. Um desafio e tanto….

Luciana Chiovatto fez a maquete de um grande labirinto recheado de fotos suas. Construido seria um labirinto de painéis de metal e fotos gigantescas. Afortunadamente, esta aluna/professora/mãe/esposa multi-função acha que pode encontrar uma saída, representada na foto final, colorida e sorridente.

Em junho, meus alunos da disciplina Técnicas de Reprodução I, da Faculdade Paulista de Artes montaram uma exposição em duas salas de aula dos trabalhos desenvolvidos.

É uma turma ótima, que se envolveu de fato com o projeto e topou as propostas que iam surgindo na prática de atelier e na discussão de conceitos mais teóricos.

Abordamos temas como Ruptura do suporte tradicional, a Representação no Retrato e auto-retrato, Arte Contemporânea e como representar a IDENTIDADE PESSOAL através de desenhos, pinturas, colagens, objetos e mais…

Fou muito bom! uma experiencia frutífera.

O público apreciando os trabalhos. O Professor Marcelo Soler prestigiou a montagem dos trabalhos e participou de um quick-improvisado-debate que foi delicioso e espero tenha emocioando a todos, como fez comigo. 🙂

Visitamos o atelier de Luiz Carlos com alguns alunos do Curso Intensivo de retrato em argila que está acontecendo em meu atelier.

Passamos uma tarde extremamente agradável, o ambiente do atelier inspirava ao trabalho e à troca de experiências.

Luiz Carlos é um artista extremamente generoso, que gosta de compartilhar seu refinado ofício.

Todos saimos encantados e com vontade de voltar.

Imprimindo linoleogravura na prensa.

Explicações prévias sobre tiragem, técnicas e ferramentas.

Aplicando tinta na placa de cobre trabalhada com ponta-seca.

Michael aprendendo a entintar a matriz de cobre. Marcia utilizando a prensa para fazer uma cópia de original em linóleo.

Luiz Carlos e seus buris.