Representação do corpo nas artes plasticas.

O simulacro da realidade corporal humana é o tema das artes plásticas desde as cavernas até a arte pós-moderna.
A linguagem ou técnica não modificam essa intenção: os seres humanos querem se representar.
Esse ritual de representação é renovado em toda exposição e remete à nossa própria existência.

As esculturas – como a pintura, a fotografia e o vídeo – são memórias de nossa relação com os corpos, apresentadas em diversos olhares, suportes, poéticas e experiências, corporificadas pela experiência vital e sensorial de cada artista.

Nossa escolha é a escultura em argila.
A escultura ocupa um lugar real no espaço. Torna o espectador ativo porque deve andar em volta da peça, aproximar-se, afastar-se, surpreender-se, concentrar-se. Permite um envolvimento físico com as obras.

A escultura é real, palpável e ao mesmo virtual porque é um simulacro.
Tudo é conceito, nada é real. Somos artifícios de nós mesmos.

A criação artística é movida pela intenção de plasmar na matéria o impacto do processo social e emocional de nossas vivências corporais.
Em algumas peças explicitamos a dualidade dos impulsos humanos e sua integração. Em outras a repulsa e oposição.
A somatória dessas peças é o conflito humano – que as relações urbanas intensificam – na sua poética, beleza, dor, isolamento, negação e superação integradora.
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